sábado, 28 de maio de 2011

Bebê sem fraldas





Alguma vez pensou como é que os bebés aprendiam a controlar as necessidades fisiológicas antes de haver fraldas? Ou como é que aprendem hoje em dia nas regiões onde não há fraldas?






Existe um método adoptado por um número crescente de mães, que é semelhante ao usado desde há séculos pelas mães de todo o mundo.






É importante sublinhar desde já que se trata de trabalhar com *bebês de colo (não com bebês que andam) com vista a que não necessitem de fraldas.






A altura ideal para começar é entre o nascimento e os 4-5 meses de idade.






É um método baseado na comunicação e na interação, tendo pouco a ver com o que normalmente chamamos "treino". A comunicação é a chave para estar em contacto com o bebê elativamente às suas necessidades fisiológicas.






A característica mais específica deste método talvez seja o facto de os pais começarem geralmente a trabalhar com o bebê antes dele conseguir sequer manter-se sentado.



Em vez de começarem a informar-se sobre a maneira de ensinar a criança a deixar de usar fraldas quando ela já anda, os pais devem considerar a possibilidade de usar este método durante a gravidez ou as primeiras semanas/meses após o nascimento.






Filosofia






Os bebês são mais inteligentes do que nós pensamos! O grande erro que as pessoas cometem é presumir que um recém-nascido não tem consciência de fazer as necessidades. Partimos do princípio de que um bebê é incapaz de aprender a controlar as necessidades por ser pequeno, não ter coordenação e não andar nem falar.






O bebê é tão dependente que se torna difícil para os ocidentais imaginar que um ser tão minúsculo possa ter consciência de fazer xixi e cocó.



E é ainda mais difícil para acreditar que os bebês tenham algum controle sobre a eliminação. Com esta concepção estreita e preconceituosa, encorajamos e ensinamos os bebés a não se importarem de fazer as necessidades na fralda.



Em suma, ensinamo-los a utilizar a fralda como casa de banho.






Um bebê normal e saudável, na verdade, tem consciência das funções corporais de eliminação e pode aprender a reagir-lhes desde muito pequeno. Ao utilizar fraldas, condicionamos – e portanto ensinamos - o bebê a usá-las.






Mais tarde a criança tem de o desaprender, o que poderá confundi-la e constituir uma experiência traumática.O bebê faz tudo o que pode para nos comunicar a consciência que tem do que se passa, mas se não o ouvirmos deixa de comunicar e gradualmente perde o contacto com as funções de eliminação.






Será condicionado a não lhes ligar e a aprender que queremos que use a fralda como casa de banho.O método da higiene sem (ou com) fraldas não só é quase desconhecido no Ocidente, como para muitos parece logo pouco prático. Contudo, salvo relativamente escassas excepções, a aprendizagem da higiene sem fraldas é por definição pouco prática seja qual for a maneira como se faça.






Se esperar que o bebê aprenda sozinho aos 2, 3, 4 anos ou mais, ficam ambos sujeitos a andar anos a mudar fraldas (para não falar da roupa para lavar, toalhetes e outros acessórios de higiene).






As fraldas, especialmente as descartáveis, são apenas um meio temporário de resolver a questão. Tentamos "tapar" o sistema de eliminação de resíduos do bebé com fraldas, da mesma forma que estancamos temporariamente uma fuga num cano roto.






Quantos pais terão ponderado se esta é a solução mais higiénica para a criança? Quantos pais se preocupam com o impacto ambiental das fraldas? Quantos o fariam se soubessem de uma alternativa à utilização de fraldas a tempo inteiro?Quem poderá utilizar este método?Os pais de bebés de colo, futuros pais, avós, amas e qualquer outra pessoa interessada em trabalhar afectuosa e pacientemente com o bebê de modo a chegar à higiene sem fraldas o mais cedo possível.






O método da higiene sem (ou com) fraldas resulta melhor quando é utilizado por:* mães ou pais que passem pelo menos o primeiro ano ou os dois primeiros anos a tratar do bebê;* mães ou pais que trabalham fora de casa e que tenham alguém de confiança a tratar do bebé, como p. ex. um parente, uma ama ou um amigo.






O que é necessário?Tempo, dedicação e paciência. Se não puder dispor destas qualidades ou arranjar a assistência necessária, este método não é adequado para si nem para o seu bebê.



Mas se este método lhe parece fazer sentido, se lhe soa bem, experimente!



Não faz mal nenhum tentar e, se não resultar, pode voltar às fraldas a tempo inteiro.






Quando é que se começa?


A altura ideal para começar vai desde o nascimento até aos 4-5 meses de idade. Neste período, decorre uma fase de sensibilidade e predisposição para a aprendizagem.Quanto tempo leva?






No Ocidente, o processo completa-se, em média, por volta dos 2 anos, embora os bebés atinjam um controlo bastante bom das necessidades *muitos* meses antes.






Será seguro?



Claro que sim, desde que os pais estejam com o estado de espírito correcto. Têm de estar descontraídos e positivos ao lidar com o bebê.



Têm de ter paciência e suavidade, observar e responder a tempo aos sinais do bebé sempre que possível, e dar carinhosamente o apoio necessário enquanto seguram o .



Este método não é punitivo, NÃO inclui castigos, zangas e dominação.






Será que resulta mesmo?



Sim, mas não sem esforço nenhum. O êxito não acontece do pé para a mão. É preciso pelo menos um adulto empenhado e vários meses de perseverança para completar a higiene sem fraldas.






Logo desde o princípio, há divertidas e entusiasmantes recompensas diárias tanto para o bebê como para quem trata dele. A comunicação do bebê é reconhecida e encorajada. Os pais ficam espantados com o grau de consciência do bebê e empolgados quando ele faz sinal e responde tão fácil e naturalmente.






O bebê tem que andar nu?



Não é indispensável. Muitos pais mantêm o bebé com fralda ou fralda-cueca no intervalo das utilizações do bacio, enquanto outros preferem deixar o bebé de rabinho ao léu ou nu a maior parte do tempo.






Aprendi os princípios de uma técnica alternativa através de uma senhora indiana que estava de visita em nossa casa. Ela ficou horrorizada quando lhe falei da forma como os ocidentais lidam com "a questão das necessidades fisiológicas" e explicou-me como se faz na "terra dela", na cultura dela.



Fiquei céptica quando me disse que não é preciso pôr "panos" num bebé a menos que esteja "mal da barriga" ou febril ou se fizer xixi na cama a maior parte das noites.






Eu já tinha estado na Índia várias vezes e vi lá famílias a pôr os bebés a fazer xixi e cocó no campo, mas não tinha prestado muita atenção. Como muita gente, parti erradamente do princípio de que os ocidentais não poderiam usar aquela técnica.



Pedi à minha nova amiga que me falasse mais daquilo e que me ensinasse a segurar no meu filho e a pô-lo a "fazer", o que ela aceitou de boa vontade e sem qualquer esforço.Fascinada, observei-a a comunicar com o meu pequenino de 3 meses, que parecia saber instintivamente o que ela queria que ele fizesse.






Só consigo descrever o intercâmbio e o entendimento instantâneo entre ambos – uma estranha e um bebê de colo – como uma descoberta maravilhosa.Utilizei a técnica que ela me demonstrou, alterando-a e adaptando-a ligeiramente ao estilo de vida ocidental, e descobri que é muito superior ao sistema convencional que recorre à fralda primeiro e depois ensina a usar o bacio.






Desde o dia em que comecei a trabalhar com o meu filho de 3 meses, ele raramente precisou de fralda, quer de dia quer de noite. Com 18 meses mantinha-se seco a maior parte do dia e com 25 meses tinha completado em todos os aspectos a higiene sem fraldas.






Perspectivas e origens






Este método começa com condicionamento e pode ser abordado tanto de forma racional e científica como intuitiva e espiritual, ou uma combinação de ambas, conforme o que resultar melhor consigo e com o bebê






. A abordagem racional implica o cálculo dos momentos oportunos e a observação dos padrões de eliminação e da linguagem corporal do bebê. A abordagem mais espiritual requer intuição e "sintonização" com o bebê, por meios mais sutis.












1. Observação


– Deite o bebê sem fralda num local confortável, quente e seguro, e observe:






a) o ritmo (durante quanto tempo e com que frequência faz xixi e cocó depois de acordar ou de comer)



b) a linguagem corporal (a forma como se mexe e contorce ou os trejeitos que apresenta enquanto faz as necessidades)



c) sons (resmungos ou gemidos ao defecar)



Isto também se pode fazer usando um sling. Com efeito, andar com o bebê ao colo num pano sling é uma das melhores maneiras de nos familiarizarmos com o ritmo e os padrões de eliminação dele, já que percebemos logo do que acontece.



É particularmente vantajoso em climas frios ou casas com pouco aquecimento. Há mães que andam com o bebê nu no sling, contra a pele delas, o que o mantém com a temperatura corporal perfeita.



Se quiser, pode colocar uma fralda de pano debaixo do bebê enquanto ele andar no porta-bebê.



É claro que não é indispensável o bebé estar sem roupa no porta-bebé. Mesmo que ande um pouco vestido e/ou com uma fralda de pano sem cobertura impermeável, vai aperceber-se quando ele fizer as necessidades.






2) Antecipação ou intuição






Antecipe o momento em que o seu bebé vai precisar de urinar ou evacuar e faça então um som de água a correr, como um "sssss".



Se o bebê começar enquanto está a observá-lo, faça imediatamente o som "sssss".



Ao fim de uns dias, o bebê associará esse som com a eliminação.






3. Posição e local






Quando achar que o bebê precisa de fazer xixi ou cocô, segure-o bem mas suavemente sobre o local escolhido para a função e emita um sinal audível ("sssss" ou o som/palavras que preferir).






O bebê depressa associará o som, a posição e o local com a eliminação. Utilize o lugar e o recipiente que achar mais confortável e prático.






Entre as muitas possibilidades contam-se o lavatório da casa de banho, uma tigela, uma bacia e ao ar livre. Os bebês mais crescidos podem sentar-se na sanita entre as suas pernas.






4. Comunicação entre mãe e bebê






A partir de agora, preste muita atenção ao ritmo e aos sinais do bebé.






Quando achar que ele está em vias de fazer as necessidades, segure-o na posição adequada e faça o seu sinal. Os bebés de colo conseguem descontrair os músculos ao ouvir as nossas deixas, se estiver quase no momento certo.[






Como sei quando o bebê precisa de fazer xixi ou cocô?






Pode saber quando o bebé precisa de fazer as necessidades através de pelo menos um dos seguintes aspectos:



- Ritmo (ir olhando para o relógio)



- Sinais e deixas (incluindo a linguagem corporal e as vocalizações)



- Padrões de eliminação (relação com a refeição, o despertar, etc.)



- Intuição e instinto






Como hei-de vestir o bebé da maneira mais favorável?






Há dois factores principais a ter em consideração:






- Circunstâncias individuais, tais como o clima, o estilo de vida, a saúde e aspressões sociais;



- O facto de que quanto menos camadas de roupa tiver o bebé mais fácil é para si e para o bebé estarem em contacto um com o outro, aprenderem e comunicarem sobre as necessidades fisiológicas.



É mais fácil ler e responder à linguagem corporal e a outros sinais de um bebé que esteja sem roupa, de rabinho ao léu ou de outra forma facilmente acessível.



Andar com o bebé no porta-bebé também ajuda pois é mais provável que vocês consigam andar sincronizados.






Tente vesti-lo com o mínimo de roupa possível;



- Use roupa que possa ser rápida e facilmente removida






vantagens da higiene sem (ou com) fraldas:



- Aumenta o apego através da proximidade, da comunicação natural e da paciência amorosa;



- Responde ao ritmo e à comunicação natural do bebé relativamente às suas necessidades fisiológicas;



- Atua directamente no primeiro período de sensibilidade e predisposição para a aprendizagem;



- Ajuda o ambiente ao conservar/poupar árvores, água, petróleo e espaço nos locais de despejo de resíduos;



- Elimina ou reduz drasticamente o uso de fraldas;



- Permite aos bebês atingirem um controle razoável entre os 12 e os 18 meses;



- Dá aos bebés a possibilidade de completar a higiene sem fraldas relativamente cedo (cerca dos 24 meses);



- Liberta os bebês das fraldas e respectivas associações negativas (sensação de peso e volume entre as pernas, químicos, etc.);



- Evita/elimina a enurese (fazer xixi na cama);



- Previne as assaduras;



- Permite o respeito pela higiene do bebê;



- Elimina "acidentes" embaraçosos para os bebEs mais crescidos;



- Permite que o pai ou outras pessoas próximas e de confiança criem laços e comuniquem com o bebé;



- Proporciona uma grande poupança em fraldas e lavagem de roupa;



- Mantém o bebê consciente do seu próprio corpo;



- Reduz o risco de infecções urinárias.






Qual é a opinião dos médicos?






Embora o método da higiene sem (ou com) fraldas não seja muito conhecido no Ocidente, há cada vez mais médicos e pediatras a apoiá-lo. Muitos destes assistiram ao funcionamento do método no decurso de viagens no estrangeiro ou então são (casados com) imigrantes que cresceram em culturas nas quais este método é prática comum.



Alguns médicos usaram-no com os seus próprios bebês.Como tantas outras coisas na vida, as teorias e opiniões sobre a idade indicada para começar a aprendizagem do controle das necessidades têm variado muito ao longo dos tempos.






Até aos anos cinquenta, a maioria das famílias ocidentais começava relativamente cedo, entre os 3 e os 10 meses, e terminava também relativamente cedo.






Depois surgiram a indústria das fraldas descartáveis, os estilos de vida mais frenéticos e uma nova teoria de que é melhor adiar e deixar que seja o bebé a aprender sozinho quando for capaz.






E para bebés de 6 meses ou mais, será demasiado tarde?






Muitos pais começaram aos 6, 9 e até 12 meses e conseguiram, recorrendo a algumas alterações. Normalmente é mais difícil começar com um bebé que já anda e que foi "treinado" para fazer as necessidades numa fralda ou que usa fraldas descartáveis e não associa a sensação de humidade com a eliminação.






O fato a considerar é que não existe uma idade limite fixa a partir da qual os bebês percam a ligação com as suas funções de eliminação.



Cada criança é única e desenvolve-se à sua maneira. Há pais que tiveram conhecimento da higiene sem (ou com) fraldas, ou começaram com outros métodos de aprendizagem do controle das necessidades, quando os bebés já tinham entre 6 a 18 meses, 2 anos ou até mais, e que tiveram o prazer de descobrir que os seus pequeninos estavam ainda receptivos e aptos a comunicar a respeito das suas necessidades fisiológicas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A vaquinha é nossa segunda mãe




Cultura Védica


A questão do leite é um assunto bem delicado.



A dieta vegan, entre outras, rejeita terminantemente. Leite para eles só de soja.



Já para os devotos, o leite da vaca é muito apreciado.



Para começar, Krishna é o vaqueirinho transcendental.



Na primeira infância, Krishna era chamado de makhan-cora, o ladrãozinho de manteiga; o leite é chamado nas escrituras de “religião líquida”; o ghi é o elemento indispensável para o ritual de sacrifício de fogo, agni-hotra; a vaquinha kamadhenu pode suprir quantidades ilimitadas de leite; o elixir da imortalidade, soma-rasa, surgiu da agitação do oceano de leite.



São muitas histórias da cultura védica relacionadas com o leite.



Além disso, é dito que um copo leite quente ao dormir produz um efeito que nenhum outro alimento produz: alimenta as células da área cerebral que lida com assuntos espirituais.



Na cultura védica, a vaca e o boi são os animais mais próximos à sociedade humana. A convivência entre esses animais e o homem é completamente natural e harmoniosa. Contudo, em nossa sociedade moderna, eles perderam essa posição para a classe canina, que funciona como expansão do ego da pessoa.





Mamãe Vaca







O leite é uma dádiva especial de uma de nossas mães, a vaca.


Esse é o status da vaca na cultura védica. Assim como a mãe biológica amamenta o bebê com leite materno, a vaca também fornece seu leite para a sociedade humana.


É dito por alguns opositores do consumo de leite que tirar o leite da vaca seria um ato desumano, que o leite pertence ao bezerro e não se deixa praticamente nada para ele. Isso certamente pode ser que ocorra entre pessoas muito gananciosas e materialistas e deve ser repudiado.


Uma vez li que em fazendas produtoras de leite nos Estados Unidos, vacas que não produzissem mais do que trinta litros diários eram mandadas ao matadouro, pois ficavam inviáveis economicamente, devido ao alto custo das rações, hormônios e remédios que eram investidos nelas.

Sei também que vacas leiteiras da melhor qualidade são usadas como reprodutoras. Assim que o feto começa a se desenvolver em seu ventre, ele é retirado por meio de uma cesariana e introduzido no ventre de outras vacas de menos raça que a mãe original. Com isso o tempo da gravidez da vaca reprodutora diminui sensivelmente e ela, ao invés de parir uma cria por ano, produzirá dez. Pode ser que esse procedimento aumente os lucros do produtor, mas é o supra-sumo da ganância, maldade e insensibilidade.


O que realmente acontece é que a vaca produz muito mais leite do que o bezerro pode consumir. Se deixamos o bezerro beber todo o leite diário que sua mãe produz, ele vai sofrer de diarréia. Por outro lado, se não extraímos todo o leite do úbere da vaca, ela sofrerá e terá problemas nas tetas. Dessa forma, o consumo de leite pela sociedade humana é algo completamente natural.









No lado masculino, o boi deve ser empregado para atividades que exigem força, como tração e aração. Hoje em dia, com a mecanização das atividades rurais, o boi perdeu sua função para o trator. Só resta mesmo mandá-lo para o matadouro.


Durante a maternidade, a vaca produz e libera o leite devido ao amor maternal. É indiscutivelmente um ato de amor. Quem lida com esses animais no curral sabe que cada vaca tem uma personalidade e um temperamento particular. Esses animais, apesar de enormes, são muito sensíveis e relacionam-se perfeitamente com os seres humanos. Já tenho presenciado coisas impressionantes: vi, por exemplo, numa fazenda do movimento, uma vaca que por oito anos fornecia leite sem ter crias. Ele vivia tão feliz que seu leite nunca parava de ser produzido e assim ela podia satisfazer a muita gente.



Terapia da Vaca




Um argumento bem conclusivo que diferencia a classe bovina dos outros animais é o fato de que o seu excremento ao invés de ser nojento e repugnante como todos os animais, humanos incluídos, pode ser manuseado e é dito que tem, inclusive, propriedades anticépticas. Nas zonas rurais na Índia, é comum espalhar o esterco do gado pelo chão e paredes. Outra prática comum é amassar o esterco e formar umas “bolachas” achatadas, que são secadas ao sol e usadas como material combustível para a cozinha. Diz-se que produz a melhor chama para se cozinhar.


Na Índia conhece-se bem as propriedades terapêuticas dos derivados lácteos.


Tanto o leite e derivados, como o iogurte, quanto o esterco e a urina da vaca tem poderosos efeitos terapêuticos. O ghi, então, pode fazer milagres. Qualquer raça bovina produz o ghi, que é usado na culinária e na medicina. Mas, existe uma raça específica que produz o ghi mais poderoso. São as vacas branquinhas de Vrindavana, um tipo de raça nerole. Essas vacas dão pouco leite e ainda por cima ralo. Mas o ghi produzido desse leite tem um valor terapêutico tremendo. O ghi quanto mais velho mais ativo. Pode ficar enterrado por dez anos ou mais e assim seu poder terapêutico será mais ativo.


Um dos argumentos contra o leite é que ele produz mucos. Por isso, não se deve tomar frio e, mesmo quente, deve ser tomado em pequenas quantidades. Para neutralizarmos a tendência de produzir mucos, deve-se acrescentar o tumeric ou cúrcuma em pó, que tem coloração amarela. Aqui no Brasil é chamado de açafrão.


O uso do leite deve ser bem moderado. É um alimento forte e, em excesso, trará distúrbios ao organismo. O queijo consumido em excesso faz os mesmos estragos ao organismo que a carne. Tenho presenciado lacto-vegetarianos promovendo verdadeiras orgias de queijos. Pode ser que seja um festival para a língua, mas força muito o aparelho digestivo e produz ama, resíduos não digeridos que apodrecem dentro do organismo.




Purushatraya Swami